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sábado, 14 de maio de 2016

O Hotel Mal Assombrado | Texto


O Hotel Mal Assombrado

Eu não me importei nem um pouco com os comentários que todos estavam fazendo. O recepcionista me alertou sobre a construção antiga que esse lugar é, o carregador me falou sobre uns ruídos estranhos que se ouvem todas as noites, o ascensorista disse para tomar cuidado se por acaso eu visse algum vulto no corredor à noite. Já a camareira falou que durante a noite as camas se mexem. Como eu achei que fossem pobres infelizes e sem instrução, é claro que eu não acreditei em nada do que eles disseram.

           


Porém, no meio da noite eu dormia tranquilamente, quando a cama começou a balançar como se estivesse possuída. Eu, logicamente, comecei a gritar de medo e sai correndo para o corredor, onde estava o meu quarto. Foi nesse exato instante que tudo se acalmou e fez um silêncio aterrorizador, que foi interrompido por uns gemidos estranhos. Eu fiquei apavorada, corri até o elevador e apertei o botão do painel. Foi questão de tempo para ele subir e eu relatar para o ascensorista o que me aconteceu, e nesse momento nos deparamos com uma caixa que vinha se arrastando sozinha no meio do corredor. Nós dois nos olhamos com expressões de medo, e nem pensamos duas vezes para entrarmos no elevador e descermos até o andar térreo. Quando a porta do elevador se abriu, nós encontramos a camareira que era a esposa do ascensorista, e eu contei para ela o que aconteceu.
Ela me respondeu que achava até normal todos aqueles fenômenos, menos o da caixa de papelão, e quando nós três estávamos nos questionando o que aconteceu, percebemos no alto da escada algo que se movia lentamente. Lá estava ela, a famosa caixa de papelão havia descoberto o caminho das escadas e estava descendo elas um pouco mais rápido do que se movia. Nós três corremos para o hall, e começamos a ouvir os famosos barulhos, só que mais perto de nós.
           


Começamos a gritar feito loucos, até que eu estranhei e fui ver o que era. Os tais barulhos eram nada mais nada menos que os sons da tubulação de ar. Mas gritamos mais ainda quando a caixa chegou ao hall. Foi nesse momento que o carregador chegou, se desculpando porque ele havia encurralado-o dentro da caixa no andar do meu quarto. E que não era a primeira vez que ele tinha que se meter debaixo de uma cama para pegar e trancá-lo bem para ele não incomodar os hóspedes. Quando perguntamos do que ou de quem ele estava falando, ele se abaixou e levantou a caixa, tirando debaixo dela um pobre gato. Ele pegou o bichano se levantou e perguntou a camareira:
“E então Maria, onde é que a gente vai trancar ele?”

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